terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Debate de ontem (excertos ordenados)
















5 comentários:

marcos disse...

Julgo que as alegações finais de Zapatero foram cruciais para a vitória no debate. O populismo de Don Mariano foi patente quando disse que só queria aquilo que todos querem... Ao contrário, ZP reconheceu erros e que não pode garantir sucesso para todos os espanhóis, mas reafirmou o compromisso com o estado-providência. E com a despedida "Buenas noches e buena suerte" fez uma alusão magistral ao duelo dos Estados Unidos dos anos 50 entre Edward R. Murrow e o tristemente famoso senador McCarthy, entre o defensor da liberdade de consciência e o inquisidor-mor do pós-guerra.

David Erlich disse...

E a história da menina soou a falso. Aí está a magia da política. "(...)Now the hopes of the little girl who goes to a crumbling school in Dillon (...) " (Obama) Uns têm carisma nas palavras. Noutros, elas, mesmo que parecidas, cheiram a mofo, cheiram a mentira.

Um abraço!

marcos disse...

É, nem tudo se pode dizer com impunidade... A história da menina soou a falso mas, por outro lado, abriu o caminho para explorar questões escondidas. Como em todas as histórias, há sempre facetas menos visíveis que é possível iluminar, mesmo a contra-gosto do seu autor. O feitiço pode virar-se contra o feiticeiro... Acabo de ler um artigo de opinião da autoria de Pablo Ordaz, no elpais.es, que é muito eloquente quanto a isto: "¿Quién cuida a la niña de Rajoy?". Un excerto:
"¿Quién lleva al colegio a esa niña hacendosa que estudia idiomas y que un día será un "heraldo de la libertad" y sentirá "un hondo orgullo" de ser española? ¿Quién le plancha el uniforme del colegio religioso concertado, friega su cuarto y tal vez se ocupe de que su abuela no se caiga al salir del baño? ¿Quién lo hace en muchos casos por nueve euros a la hora y sin contrato?".
Resposta: são os imigrantes tantas vezes invisíveis e desprezados pelo PP porque não podem votar nestas eleições. Parece-me que este é um excelente exemplo de que o 'internacional' é muitas vezes o 'pessoal' e vice-versa. É que a menina de Rajoy não será nunca a que ele pretende que seja, nem o futuro dela será o que ele pretende que seja, sem o amparo dos imigrantes (vindos do lá de lá do charco atlântico, na sua maioria) que já hoje cuidam das crianças e dos idosos enquanto os pais da menina estão a trabalhar. Mas só quem procura ver para lá das aparências consegue descobrir esta verdade mais profunda e complexa da política global.
Ver: http://www.elpais.com/articulo/espana/Quien/cuida/nina/Rajoy/elpepuesp/20080229elpepinac_1/Tes

marcos disse...

É, nem tudo se pode dizer com impunidade... A história da menina soou a falso mas, por outro lado, abriu o caminho para explorar questões escondidas. Como em todas as histórias, há sempre facetas menos visíveis que é possível iluminar, mesmo a contra-gosto do seu autor. O feitiço pode virar-se contra o feiticeiro... Acabo de ler um artigo de opinião da autoria de Pablo Ordaz, no elpais.es, que é muito eloquente quanto a isto: "¿Quién cuida a la niña de Rajoy?". Un excerto:
"¿Quién lleva al colegio a esa niña hacendosa que estudia idiomas y que un día será un "heraldo de la libertad" y sentirá "un hondo orgullo" de ser española? ¿Quién le plancha el uniforme del colegio religioso concertado, friega su cuarto y tal vez se ocupe de que su abuela no se caiga al salir del baño? ¿Quién lo hace en muchos casos por nueve euros a la hora y sin contrato?".
Respostas: são os imigrantes tantas vezes invisíveis e desprezados por Rajoy porque não podem votar nestas eleições. É que a menina não será nunca o que ele quer que seja, nem o seu futuro o que ele quer que seja, sem os imigrantes (vindos do lá de lá do charco atlântico, na sua maioria) que já hoje cuidam das crianças e idosos enquanto os pais da menina de Rajoy estão a trabalhar. Parece-me que este é um excelente exemplo de que o 'internacional' é muitas vezes o 'pessoal' e vice-versa. Mas só quem procura ver para lá das aparências consegue descobrir esta verdade mais profunda e complexa da política global.
Ver: http://www.elpais.com/articulo/espana/Quien/cuida/nina/Rajoy/elpepuesp/20080229elpepinac_1/Tes

David Erlich disse...

Olá Professor,

Também li o artigo. Pois, é que muitas vezes os que clamam contra a imigraçao têm empregadas estrengeiras, os que clamam contra a legalizaçao da IVG têm alguém na família que o fez quando foi necessário, os que clamam contra a legalizaçao das drogas leves admitem que as utilizam com frequência e que nao julgam ser mau fazê-lo, etc. ...


Um abraço!