terça-feira, 4 de março de 2008

A politizaçao da imprensa






Capas dos diários no dia seguinte ao primeiro debate:

Público: "A crispaçao faz Rajoy perder"
El País: "Zapatero ganha pela mínima"

La Razón: "Rajoy ganha a batalha da confiança"
ABC: "Rajoy ganha a Zapatero em educaçao, imigraçao, preços e ETA"
El Mundo: "Um Rajoy sempre ao ataque obriga Zapatero a refugiar-se no passado"

Todas as sondagens realizadas apontaram para a vitória de Zapatero no primeiro debate. Ainda assim, diferentes jornais apresentam, dia após dia, diferentes realidades, incluindo neste tema. A imprensa espanhola está altamente politizada, havendo uma clara oposiçao entre três jornais mais afectos ao PP e outros dois mais afectos ao PSOE. Nao só os artigos de opiniao sao diferentes; a selecçao e redacçao das notícias também. Estas estao fortemente impregnadas de adjectivos, sarcasmos, observaçoes subjectivas, longe do estilo a que estamos habituados em Portugal. Abrir um jornal é, aqui, uma experiência totalmente diferente do que fazê-lo em Lisboa. Em Portugal distintas publicaçoes retratam de forma diferente o mesmo mundo. Aqui mais parece que retratam mundos diferentes.

2 comentários:

marcos disse...

No debate de ontem, ficou bem patente que Zapatero é candidato a chefe de governo enquanto Rajoy não passa de aspirante a chefe da oposição. Parece-me que Rajoy nem isso vai ser depois de 9 de Março...

marcos disse...

Em Espanha, já é habitual que a confrontação política entre candidatos se reproduza nas páginas dos jornais. Mas o fenómeno não poupa outros meios de comunicação. Nos últimos quatro anos, a estação de rádio COPE transformou-se no instrumento da hierarquia da Igreja católica em rota de colisão com o governo Zapatero e, entre 2000 e 2004, a TVE esteve claramente ao serviço da estratégia de comunicação do governo Aznar.