segunda-feira, 3 de março de 2008

"El País" de ontem


Resultados de sondagem independente:

Intençoes de voto: 42, 9 % para Zapatero; 38, 8 % para Rajoy

“Zapatero é o candidato favorito para governar Espanha (...) mas o PSOE nao descola o suficiente do PP de forma a conseguir a maioria distanciada que os socialistas perseguem”.

“Apesar do aumento de percentagem de votos (...) dos dois partidos principais, a sua distância continua semelhante à das eleiçoes de 2004”

“O intenso combate eleitoral acordou a cidadania. A participaçao esperada, sem chegar a valores históricos, situa-se entre os 74% e os 75%. A luta entre as duas opçoes principais está a provocar também um intenso efeito bipartidário: PSOE e PP estao em condiçoes de somar nove de cada dez deputados do futuro Congresso, sem que isso permita a um deles ter a vantagem para governar comodamente”

“A uma semana das eleiçoes, seis em cada dez espanhóis continuam a pensar que o PSOE tem mais probabilidades de ganhar. Só 16 % pensam que ganhará o PP. Mesmo entre os que se declaram votantes do PP, sao tantos os que acreditam que vai ganhar o PSOE (34 %) como os que acreditam que vai ser o PP (36 %)”

“36 % consideram que Zapatero fez uma campanha melhor, frente a 22 % que pensam que foi Rajoy”

A abstençao

O jornal salienta o facto de o PSOE querer reduzir a abstençao, já que intui, apoiado em dados sociológicos, que os abstencionistas estao, sobretudo, entre o seu potencial eleitorado. O periódico refere ainda o caso muito falado do secretário de Comunicaçao do PP, Gabriel Elorriaga, ter reconhecido ao Financial Times que o seu partido levantava dúvidas sobre a economia, imigraçao e nacionalismo nao para atrair novos votantes mas sim para provocar a abstençao no eleitorado socialista. O político desmentiu, mas a jornalista confirmou.

Zapatero

“Peço aos votantes do Partido Popular que votem no Partido Socialista e que, caso nao o façam, que votem no Partido Popular, mas que vao votar”

“Sempre enfrentarei quem faça um discurso para entusiasmar as paixoes baixas, quem faça um discurso de xenofobia, porque detrás de um imigrante e antes de um imigrante há um ser humano com direitos”

“A abstençao é o voto mais triste e este é um País alegre”

“Quero ganhar com o voto da maioria, quero contar votos, nao quero ganhar, como outros, com a abstençao”

“Quem espera ganhar com a abstençao tem pouca confiança nos espanhóis, na democracia e ainda menos neles próprios”

“A imigraçao tem de ser legal e, quanto àqueles que nao venham com papéis, há que devolver e repatriar com dignidade”

“Os imigrantes sao, sobretudo, seres humanos, com dignidade, mas o PP trata-os como mercadorias e depois vai à missa”

O PP

O jornal, no fim com alguma ironia, diz que "como em todos os comícios do PP, falou-se muito da ETA, apesar de em nenhum momento para condenar ou mostrar solidariedade com os autarcas socialistas que nos últimos dias - e ontem mesmo em Tolosa e em Andoain - têm sofrido o ataque dos terroristas. Uma simples distracçao. Um esquecimento sem importância"


1 comentário:

marcos disse...

Sempre pensei que a abstenção é o voto mais triste: ao contrário do que muitas vezes é defendido, não muda nada, não contribui para nada, não acrescenta nada. Viva ZP! Esta saída de Elorriaga foi mesmo desastrosa... e desmoralizadora para as pretensões do PP. Não admira que Zapatero tenha passado a dizer nos comícios que só ganha as eleições quem realmente as quer ganhar. Parece-me que este incidente veio dar outro ímpeto à campanha socialista.